Brasileiro gasta mais com beleza do que com educação, aponta IBGE 

A nova Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), divulgada pelo IBGE, revela que, embora o gasto com educação tenha aumentado nos últimos anos, os brasileiros ainda investem mais em cuidados com a beleza do que em escola e livros.

Segundo o levantamento, perfumes, cabeleireiros e produtos capilares consomem em média 1,8% do orçamento familiar, enquanto gastos com colégios representam apenas 1,2%. No total, a educação corresponde a 3,8% do orçamento, crescimento de 52% em relação à década passada. Já sabonetes têm o dobro da participação de livros e jornais, cuja fatia caiu 70% em dez anos.

A pesquisa mostra também mudanças nos hábitos de consumo:

• O gasto com celulares triplicou, chegando a 0,9% do orçamento;

• Internet e TV por assinatura quase dobraram;

• As despesas com telefone fixo caíram 80%;

• Tecidos e consertos de roupas praticamente desapareceram da lista de despesas.

Enquanto os gastos com vestuário caíram, as despesas médicas subiram 50%, e os gastos com viagens aumentaram 25% na média geral, mas caíram 12% entre famílias com renda inferior a R$ 1,9 mil. O aluguel pesa mais para os mais pobres, comprometendo 39,2% do orçamento, contra 29% na média geral.

A moradia continua sendo o maior gasto das famílias brasileiras, com aumento constante a cada edição da POF. Por outro lado, alimentação e transporte tiveram participação reduzida no orçamento familiar.

A pesquisa, feita entre 2020 e 2021, estima um orçamento médio mensal de R$ 4.649,03 por família. Nas áreas urbanas, esse valor é 7,2% maior; nas zonas rurais, é 45,3% menor. As maiores médias foram registradas nas regiões Centro-Oeste (R$ 5.762,12) e Sudeste (R$ 5.415,49). Norte e Nordeste apresentaram as menores médias, próximas de R$ 3.170.

A principal fonte de renda das famílias é o trabalho (57,5%), seguido por transferências (19,5%), como aposentadorias, pensões, bolsas e programas sociais. As aposentadorias do INSS representam 55% dessas transferências, enquanto os programas federais de assistência social correspondem a apenas 5,4%.

Redação Manda News

Postado em 13/05/2025