O governo federal anunciou nesta quinta-feira (22) o contingenciamento de R$ 31,3 bilhões do Orçamento de 2025, com o objetivo de cumprir as metas fiscais previstas no arcabouço fiscal e buscar o déficit zero. A medida foi comunicada pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento).
Inicialmente, o governo também indicou a intenção de elevar a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para reforçar a arrecadação, mas voltou atrás após forte repercussão negativa de empresários, economistas e integrantes do próprio governo. A proposta surpreendeu até o Banco Central: o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, não foi informado previamente e, segundo fontes, não aprovou a medida.
A decisão de congelar gastos afeta diversas áreas da administração pública, o que levanta dúvidas sobre os setores mais impactados. Especialistas alertam para riscos de desaceleração econômica, com possíveis cortes em infraestrutura, programas sociais e serviços públicos.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Marialva (ACIM), Carlos Alberto Silva, criticou a proposta de aumento do IOF: “Seria um tiro no pé. As empresas ainda tentam se recuperar, e elevar impostos sobre operações financeiras só traria mais dificuldades.”
Apesar do recuo no IOF, a pressão fiscal persiste. Nos próximos dias, o governo deve apresentar detalhes sobre como será feito o bloqueio dos R$ 31,3 bilhões, enquanto os ministérios elaboram planos de contingenciamento.
A articulação política será fundamental para que o ajuste seja implementado sem prejudicar áreas prioritárias e sem agravar a instabilidade econômica. O episódio reforça o dilema do governo entre a necessidade de austeridade fiscal e o estímulo ao crescimento econômico.
Postado em 24/05/2025