A safra 2025/26 de cana-de-açúcar no Brasil começa sob o impacto da estiagem e queimadas registradas no ciclo anterior, levantando dúvidas sobre a qualidade da matéria-prima e pressionando o setor a rever estratégias entre produção de açúcar e etanol.
Nesta quinta-feira (22), os contratos futuros de açúcar seguem em queda: julho/25 é negociado a 17,45 cents de dólar por libra-peso (-1,41%) e outubro/25 a 17,65 cents (-1,18%) na bolsa de Nova Iorque, intensificando a pressão sobre as decisões industriais.
Segundo Raphael Delloiagono, analista do Pecege, o açúcar perdeu competitividade frente à expectativa de safras maiores em outros países, enquanto a demanda interna por etanol permanece sólida. “Se os preços do açúcar não reagirem, a tendência é maior foco na produção de etanol”, afirma.
O aumento de 15% a 20% nos custos com fertilizantes, segundo Delloiagono, também compromete as margens das usinas.
Para Fábio Marin, do sistema TEMPOCAMPO, os efeitos da seca e das queimadas ainda impactam a lavoura, apesar da melhora climática recente. Já o pesquisador Sérgio Quassi, da Agroquatro-S, estima que a safra fique entre 570 e 590 milhões de toneladas, com produtividade entre 70 e 75 toneladas por hectare, reforçando um cenário desafiador para o setor.
Postado em 22/05/2025
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