O sistema de pagamentos instantâneos Pix, criado pelo Banco Central do Brasil em 2020, está sendo investigado pelos Estados Unidos por possíveis práticas comerciais desleais. A preocupação americana começou em 2022, quando o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) passou a monitorar o sistema por considerar que ele poderia afetar empresas dos EUA, como a Meta (dona do WhatsApp) e operadoras de cartão de crédito.
Segundo o USTR, o papel duplo do BC como regulador e operador do Pix pode criar condições desiguais no mercado. Agora, por determinação do ex-presidente Donald Trump, foi aberta uma investigação para apurar se o governo brasileiro favoreceu o Pix em detrimento de concorrentes americanos, como o WhatsApp Pay, cuja operação chegou a ser suspensa no Brasil logo após o anúncio, em 2020.
Analistas afirmam que o Pix, por ser público, gratuito e amplamente adotado, representa uma ameaça comercial a serviços pagos tradicionais dos EUA e até ao uso do dólar em transações internacionais, especialmente em países como Paraguai e Panamá.
A economista Cristina Helena Mello, da PUC-SP, considera a atuação do BC correta, destacando que o WhatsApp tentou operar fora das regras do sistema financeiro brasileiro. Ela defende o Pix como um sistema seguro, inclusivo e benéfico para a economia popular.
O Banco Central e o Ministério das Relações Exteriores ainda não se manifestaram sobre a investigação americana.
Postagem 19/07/2025