A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) anunciou para os dias 23 e 30 de outubro de 2025 os leilões dos últimos dois lotes do novo modelo de concessão de rodovias no Paraná. Juntos, os lotes 4 e 5 somam mais de 1.000 quilômetros de estradas e preveem R$ 29,8 bilhões em investimentos, com a implantação de 14 novas praças de pedágio em regiões estratégicas do Norte, Noroeste e Oeste do estado.
A medida, que impactará diretamente milhares de motoristas e moradores da região, reacende cobranças por tarifas mais justas, transparência nos contratos e garantias de que as obras prometidas realmente sairão do papel pontos que foram alvo de fortes críticas no modelo anterior, encerrado em 2021.
Os trechos licitados envolvem cidades como Maringá, Sarandi, Marialva, Arapongas, Cornélio Procópio, Londrina, Cascavel, Guaíra, Campo Mourão, entre outras. No entanto, a ANTT ainda não divulgou os valores das tarifas que serão cobradas nas novas praças, o que tem gerado apreensão entre lideranças locais, transportadores e usuários das rodovias.
Lote 4 (Região Norte e Noroeste): prevê R$ 10,9 bilhões em obras, incluindo duplicações, contornos urbanos e ciclovias em rodovias como BR-369, BR-376, PR-323 e PR-444.
Lote 5 (Região Oeste): prevê R$ 6,5 bilhões em investimentos com duplicações, vias marginais e intervenções em trechos como a BR-163 e BR-467.
O governo federal afirma que o critério de escolha das empresas será o de menor tarifa-base, visando ampliar a concorrência e garantir preços mais acessíveis. Também promete fiscalização rigorosa e obras estruturantes ao longo dos 30 anos de concessão. No entanto, a falta de detalhes sobre os valores a serem cobrados e os prazos exatos de início das obras levanta preocupações entre prefeitos, deputados estaduais e entidades da sociedade civil.
Moradores e lideranças locais cobram garantias de que o novo modelo não repita os erros do passado, quando altos valores foram cobrados por décadas com entregas parciais e prazos descumpridos.
A expectativa é de que os contratos sejam assinados até fevereiro de 2026, mas até lá, o debate sobre a justiça tarifária e o retorno real à população seguirá como pauta central.
Postado em 17/07/2025
Foto: Praça de Pedágio entre Mandaguari e Marialva - Foto: Reporter Pedro Lucas