O depoimento do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, ao Supremo Tribunal Federal (STF), enfraqueceu a imagem de legalismo atribuída às Forças Armadas. A avaliação é de ministros da Corte, especialmente da Primeira Turma, que viram tentativa explícita do general de proteger o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier.

Durante a oitiva, Freire Gomes confirmou a existência de reuniões com discussões sobre minutas golpistas, inclusive com propostas de prisão de ministros do STF — algo que, segundo os ministros, nem ocorreu durante o regime militar de 1964.

Apesar de não apresentar novas revelações, o general admitiu que os documentos foram lidos diante de Jair Bolsonaro, e que Garnier declarou apoio ao ex-presidente. A tentativa de minimizar o papel do almirante gerou desconforto na Corte e reforçou a visão de que parte da cúpula militar flertou com o golpe, mas recuou por temer uma forte reação do Judiciário.

POstado: 20/05/2025