As exportações brasileiras de ovos in natura e processados para os Estados Unidos cresceram 996% entre janeiro e maio de 2025, totalizando 9.735 toneladas, segundo dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). Apenas em maio, foram 4.166 toneladas exportadas, representando 42,8% do total mensal e um salto de 1.384% em relação ao mesmo período de 2024.
A explosão na demanda está ligada à escassez de ovos no mercado americano, provocada pela gripe aviária, que desde 2022 levou ao abate de cerca de 170 milhões de aves. A crise elevou os preços em até 53,6% no atacado e causou desabastecimento em supermercados e restaurantes, levando os EUA a ampliar importações, inclusive do Brasil.
Além dos EUA, os principais destinos das exportações brasileiras no período foram o Chile (2.354 toneladas), Emirados Árabes Unidos (1.422 toneladas) e Japão (também com 1.422 toneladas). No total, as exportações brasileiras de ovos cresceram 295,8% em maio, atingindo 5.358 toneladas.
O presidente da ABPA, Ricardo Santin, destacou que o setor vive uma "reconfiguração dos fluxos de embarque", com o Brasil mantendo a confiança internacional mesmo diante das restrições temporárias causadas por focos isolados de gripe aviária no país.
Segundo o Cepea (Esalq/USP), o aumento das exportações também tem influenciado o mercado interno. Os preços dos ovos voltaram a subir no início de junho após dois meses de queda, puxados por maior demanda e ajuste na oferta.
A expectativa do setor é que o Brasil retome, no dia 18 de junho, o status de país livre de gripe aviária em granjas comerciais, o que pode abrir ainda mais espaço para crescimento no mercado externo.
Além disso, o empresário Ricardo Faria, dono da Global Eggs e da Granja Faria, anunciou recentemente a aquisição da americana Hillandale Farms por US$ 1,1 bilhão, ampliando a atuação brasileira no mercado global de ovos. Com o negócio, a Global Eggs passa a produzir mais de 13 bilhões de ovos por ano, com presença em mais de 20 países.
Postado em 11/06/2025
Com Noticias ao Minuto