A produção agropecuária brasileira cresceu rapidamente, mas a infraestrutura logística como estradas, portos, ferrovias e armazéns não acompanhou o ritmo. O tema foi debatido no 10º Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja), em Campinas (SP), como um dos principais desafios para manter a competitividade do setor.
Especialistas destacaram a importância do uso de hidrovias como solução viável e econômica. O argentino Luis Zubizarreta, presidente da ACSoja, sugeriu ampliar o transporte fluvial pelas hidrovias Paraná-Paraguai, inclusive utilizando portos da Argentina. Esse tipo de transporte pode ser até 40% mais barato que o rodoviário.
Outro gargalo é a armazenagem. Segundo a cooperativa Coamo, a capacidade de estocagem não cresceu no mesmo ritmo da produção, principalmente no Centro-Oeste. No Paraná, o milho-safrinha e a produção para extração de óleo aumentam a demanda por espaço e secagem, pressionando os armazéns.
Apesar de investimentos no Porto de Paranaguá, ainda faltam soluções para escoar a produção até lá. A dependência das rodovias, com custo alto e falta de caminhoneiros, pode travar ainda mais o sistema.
Ferramentas como o SITE-MLog, da Embrapa Territorial, mapeiam a logística e os fluxos do agronegócio, fornecendo dados que podem embasar políticas públicas e decisões do setor. O CBSoja reuniu mais de 50 palestras e debates, com 321 trabalhos científicos apresentados durante o evento.
Postado em 24/07/2025