O conflito entre Irã e Israel, com envolvimento direto dos Estados Unidos, já impacta o agronegócio brasileiro. A alta no preço da ureia — fertilizante essencial para culturas como soja e milho — foi de cerca de 4% na primeira semana, reflexo direto da instabilidade no Irã, fornecedor de até 19% do produto importado pelo Brasil. O petróleo também subiu mais de 7%, elevando os custos logísticos e de transporte.
Rotas marítimas estratégicas, como o Estreito de Ormuz, estão sob risco, ameaçando a exportação de alimentos e o fornecimento de insumos. A demanda por produtos halal também pode cair devido à instabilidade nos países muçulmanos.
O governo brasileiro, por meio do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, expressou preocupação com o aumento dos custos e a possibilidade de interrupção nas rotas comerciais. O Itamaraty adotou uma postura diplomática neutra e busca alternativas de fornecimento com parceiros como China, EUA e União Europeia.
Enquanto o Brasil age com cautela, o ex-presidente americano Donald Trump adota uma retórica agressiva contra o Irã, defendendo sanções e ações militares. Esse contraste aumenta o risco de escalada no conflito e pode elevar ainda mais os preços globais.
A situação coloca o agro brasileiro diante de um cenário desafiador, com alta de custos, riscos logísticos e incertezas no comércio internacional. A capacidade do governo em garantir novos fornecedores será decisiva nos próximos meses.
Fonte: Noticias Agrícolas
Postado em 23/06/2025