Apesar de anunciado como o maior da história, o Plano Safra 2024/2025 avança lentamente e preocupa o setor produtivo. Até abril, apenas R$ 298,6 bilhões — pouco mais de 61% dos R$ 400,6 bilhões previstos — foram liberados, uma queda de 20% em relação à safra anterior.
Hoje, 40% do crédito agrícola vem de fornecedores de insumos, com juros entre 25% e 35% ao ano, enquanto apenas 7% provêm de bancos públicos. Essa dependência de crédito privado fragiliza os produtores e favorece práticas abusivas, como a venda casada.
Pesquisa da CNA revela que mais de 38% dos produtores nunca acessaram crédito rural, enfrentando obstáculos como burocracia, demora na liberação e exigências excessivas. Programas como o Prodecoop ainda têm 61% dos recursos disponíveis, mas outros, como o Pronamp, já estão quase esgotados, com apenas 14% restantes.
A lentidão ameaça o planejamento das safras, podendo gerar desabastecimento e queda de produtividade. Especialistas defendem a necessidade urgente de tornar o crédito rural mais acessível, transparente e eficiente, para garantir a competitividade e a segurança alimentar do país.
Postado 28/05/2025